Se a Serra da Estrela tem alma não há dúvidas que esse legado é da vila de Manteigas. Encravada na faldas do vale glaciário do Zêzere, em pleno coração da Serra, a sua misteriosa história perde-se com as neves que todos os invernos cobrem a serra.
Devido à sua localização privilegiada, mesmo no centro do Parque Natural da Serra da Estrela e do Geopark Estrela é o local ideal de partida para qualquer ponto da Serra, de carro, de bicicleta ou a pé. Aqui sente-se a Estrela.
A vila não é muito grande, mas muito simpática. Está dividida em duas freguesias marcadas pelas duas igrejas matrizes que lhes dão o nome: São Pedro e Santa Maria.
Para além das igrejas matrizes pode ver-se ainda, no povoado, a igreja da Misericórdia, a mais antiga, e mais de uma dezena de capelas espalhadas pela vila e pela serra. Para além do património religioso há ainda a zona histórica com as suas ruas estreitas e inclinadas, a Casa das Obras ou o Largo do Chafariz.
Na Fonte Santa, ou Caldas de Manteigas, onde se localiza a estância termal vale a pena visitar também o viveiro das trutas.
O concelho de Manteigas é um território abençoado, rico em beleza paisagística e de interesse geológico, oferece uma rede de trilhos que abrangem locais de beleza única. A Rota das Faias na serra de São Lourenço, por exemplo, é um excelente percurso para se fazer em qualquer altura do ano mas é no Outono que ganha as cores que a tornam mágica.
Através dos trilhos ou pela estrada é visita obrigatória ao imponente vale glaciário do Zêzere, mesmo à saída da vila (em direcção à Torre, logo a seguir ao viveiro das trutas), com cerca de 13 Kms, é um dos maiores da Europa em forma de “U”. No extremo Sul do vale chegamos ao Covão D’Ametade, o local onde nasce o rio Zêzere e onde outrora existiu uma lagoa glaciar que hoje guarda, debaixo dos nossos pés, informação milenar utilizada por muitos cientistas para estudar as origens da Estrela.
Aqui é possível visitar e admirar todo o maciço central da Serra da Estrela e os seus majestosos cântaros (Cântaro Magro, Raso e Gordo), formações rochosas que atingem altitudes acima dos 1875 metros.
O Poço do Inferno, outro lugar icónico, uma cascata com cerca de 10 metros de altura, aninhada entre penhascos e rodeada de um bosque único onde se misturam pinheiros, azinheiras e até teixo (em via de extinção em Portugal).
Do lado oposto da serra e do concelho as Penhas Douradas. É um dos locais mais bonitos da Estrela. Apesar de haver construções que outrora serviam de local de férias e tratamento para quem sofria de doenças respiratórias, estas integram-se perfeitamente na paisagem polvilhada de arvoredo típico dos países nórdicos. Aqui vale a pena ir até ao Fragão do Corvo para apreciar vista (fotografia de capa).
Menos conhecido, outrora lugar de veraneio das gentes de Manteigas, é o Covão da Ponte (ou Castanheira, como é localmente conhecido), onde existia até à poucos anos um parque de campismo, hoje é um belo local para passar um dia em plena natureza.
Até chegarmos ao Covão passamos pelo “vale”. Aqui existem pequenos casais (quintas) agrícolas e podem ver-se ainda alguns pastores com os seus rebanhos. São estes mesmos rebanhos que fornecem a lã para a criação do burel, tecido utilizado em outros tempos para fazer as capas dos pastores, ainda hoje é confeccionado com técnicas antigas.
Aproveite e visite a Burel Factory, uma antiga fábrica de lanifícios que conta também uma parte da história de Manteigas.
É bom visitar Manteigas em qualquer estação do ano mas de facto as melhores alturas são no Verão e no Outono quando as árvores ficam cheias de cores outonais e pintam as encostas.
Onde ficar
Mesmo à saída de Manteigas, na direcção das Penhas Douradas (estrada florestal) a Quinta de São Marcos é um lugar agradável para passar uns dias em família. Se preferir campismo o Camping Vale do Beijames é a melhor alternativa.
Egito | 2024-08-29
Grécia | 2024-05-03
Grécia | 2024-03-20
Visitar ou outro lugar, o importante é ir, porque "viajar é ir"...
0 Comentários